Detesto droga. Quando eu era jovenzinho, até tinha uma visão romântica e por que não dizer babaca desse assunto. Eu fazia coro ao Cazuza: “meus heróis morreram de overdose”. Mas a gente cresce, vira adulto e fica careta. Hoje, quando ando pelo centro de São Paulo e sou abordado por maltrapilhos me pedindo trocados, penso: isso é droga.
Mas apesar de abominar todo tipo de droga, lícitas ou ilícitas, sou a favor da completa descriminalização do uso, venda, produção etc. Por uma razão muito simples. Sou um libertário e acho que as pessoas devem ter o direito de escolher o que fazer com suas vidas.
Enveredar pelo mundo das drogas é uma das piores escolhas que uma pessoa pode fazer. Mas ainda assim, entendo que nenhuma pessoa, ou governo tem o direito de decidir isso em nome de todos. Essa é uma escolha que cabe a cada um.
Muita gente entende que droga está relacionada à violência. Isso não é verdade. A repressão ao comércio ilegal de drogas é que gera violência. Quanto mais se reprime, mais a droga fica escassa e, por conseguinte, valiosa. O comércio de droga é altamente lucrativo justamente porque é ilegal. Esse lucro torna os grandes traficantes ricos, poderosos e modelos de sucesso em comunidades pobres, onde as pessoas têm pouquíssimas oportunidades de ascensão social. O mundo do tráfico seduz jovens incautos e muitos pagam com suas vidas por essa escolha.
O mundo do tráfico seduz jovens incautos e muitos pagam com suas vidas por essa escolha.
Se o governo não reprimisse a produção e o tráfico, as drogas ficariam mais baratas. Seus produtores e vendedores não teriam recursos para comprar armas de guerra para combater a polícia e nem teriam mais razão para isso. Por outro lado, com a liberação, as drogas ficariam mais baratas e acessíveis. Resumindo, o consumo aumentaria, mas a violência diminuiria. Acho uma troca justa: entre mais gente usando drogas ou mais violência, eu fico com o primeiro.
A repressão ao comércio ilegal de drogas gera violência.
Não são apenas traficantes que morrem nessa guerra. Muita gente inocente também tem suas vidas ceifadas. Nesse confronto entre policiais e bandidos que houve - ou está havendo - no Rio, uma adolescente de 14 anos morreu, dentro de sua própria casa, atingida por uma bala. Um garoto de oito anos levou um tiro na perna por desrespeitar as ordens de um traficante. Esses são apenas dois casos entre vários de pessoas inocentes que morrem ou são feridas porque o governo entende que tem o direito de dizer a pessoas adultas como devem levar suas vidas.
Leis que proíbem a produção e comércio de drogas podem ter sido elaboradas por pessoas bem intencionadas, mas todos nós já ouvimos falar de um lugar repleto de boas intenções. O resultado concreto dessas leis está aí, basta ligar a TV ou abrir um jornal e você verá.
Diogo Costa defende a legalização das drogas:
Diogo Costa defende a legalização das drogas:
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