Olá, meus amigos. Sei que estou em débito com vocês. Esse é o primeiro post que escrevo neste mês. Estou passando por fase meio complicada. Nesses dias não tenho lido jornal, nem mesmo as manchetes. A única coisa que eu sei é que a chuva está castigando muita gente, principalmente no Rio de Janeiro. Hoje, excepcionalmente, dei uma olhada no jornal. Aí vejo uma daquelas notícias que me deixam muito chateado. Governadores no Mato Grosso que ocuparam cargo por 15 dias têm aposentadoria vitalícia de 15 mil reais. É simplesmente revoltante saber que em um país com tantas pessoas passando por graves privações materiais, pessoas enriquecem com o dinheiro do povo. Conforme disse no meu último post, a Escandinávia não é aqui.
Mas vamos fazer um esforço mental. Vamos imaginar que vivemos em um país onde os políticos são honestos e servem aos interesses da população. Muito bem, dentro desse contexto, qual modelo você escolhe? Liberal, Social-democrata ou Marxista? Leia os argumentos a favor de cada modelo e depois responda a enquete ao lado.
LIBERALISMO
MILTON FRIEDMAN E FRIEDRICH HAYEK: O GOVERNO NÃO DEVE SE INTROMETER NA VIDA DAS PESSOAS
O governo não deve se intrometer na vida das pessoas. Os liberais entendem que o governo não deve nem mesmo oferecer serviços essenciais como saúde e educação. O argumento liberal é que “não existe almoço grátis”. Na verdade, não existe saúde gratuita ou educação gratuita. Tudo isso é financiado com o dinheiro do contribuinte. Ou seja, é muito fácil fazer o bem com o dinheiro dos outros. Segundo os liberais, cada pessoa sabe qual a melhor maneira de gastar a sua própria renda. Portanto o governo deve cobrar menos tributos. As pessoas terão mais recursos e elas próprias decidirão como gastar sua renda.
SOCIAL-DEMOCRACIA
ANTHONY GIDDENS E TONY JUDT: CAPITALISMO COM JUSTIÇA SOCIAL
O capitalismo tende a produzir desigualdade. Se o governo não intervier, a desigualdade entre ricos e pobres será cada vez maior até o limite do insuportável. Experiências liberais produziram grave deterioração de indicadores sociais: criminalidade, mortalidade infantil, prostituição, uso de drogas, gravidez na adolescência etc.
O capitalismo tende a produzir desigualdade. Se o governo não intervier, a desigualdade entre ricos e pobres será cada vez maior até o limite do insuportável. Experiências liberais produziram grave deterioração de indicadores sociais: criminalidade, mortalidade infantil, prostituição, uso de drogas, gravidez na adolescência etc.
MARXISMO
KARL MARX E FIDEL CASTRO: NÃO É POSSÍVEL REFORMAR O CAPITALISMO
Não é possível reformar o capitalismo, pois esse é um sistema baseado na exploração. No capitalismo, os trabalhadores produzem riqueza, mas essa é apropriada pelos capitalistas, porque esses são os detentores dos meios de produção. A única forma de solucionar esse problema é abolindo a propriedade privada dos meios de produção.
Muito bem, está aí um esboço de cada modelo. Agora quero saber de você. Qual sua posição política? Responda a enquete e sinta-se à vontade para comentar porque você entende que determinado modelo é o melhor.
De uma coisa ninguem, em sã consciência TECNICA, pode discordar. O sistema capitalista pressupõe acumulação de recursos e riqueza. Ponto.
ResponderExcluirPartindo, portanto, deste princípio (e me abalizando em Friedman - Capitalismo e Liberdade)posso caracterizar a idéia liberal como sendo utópica. É uma daquelas coisas platônicas, narcisistas. A gente quer, mas não pode ter. E não podemos ter pela própria lógica do sistema (Aliás, reparem, as mesmas bases liberais são também as bases anarquistas. Só se diferenciam no debate sobre a propriedade privada dos meios de produção). Como os recursos são dados, não há forma de existir a chamada "concorrência perfeita" de que tanto os liberáis se empenham em encontrar. O Santo Graal do liberalismo. Logo, esqueçamos o liberalismo. Sem concorrência perfeita, sem liberalismo.
Já a social-democracia se assenta, e por isso é mais complicada, na suposta pretensão de que é o ser humano (ou um grupo deles) que dão a forma acabada do sistema - portanto, controlam os cordões do jogo. Na verdade, o sistema capitalista é autonomo. Foi formado pelo processo histórico e ai se encontra em seu estágio mais desenvolvido. Os partidários da idéia Social-democrata se assemelham a Rousseau que declara que, dado um certo ponto da história, "um imbecil gritou: Isto é meu, e um bando de imbecis concordou!". Não fosse isso Schumpeter não teria dito em sua obra Teoria do Desenvolvimento Econômico que a elite é como um hotel. Vão e vêm hospedes à todo momento, ficando alguns por mais tempo que outros, ou saindo às pressas. Pela lógica, se o sistema é autônomo logo, não pode ser controlado. As elites simplesmente o defende por ter as vantagens a seu favor. Apenas isso. Caso contrário seria fácil mudar o sistema. Bastaria eliminar as elites e... voilá! No entanto, nada é mais absurdo do que isso (mesmo porque, sou um humanista. rs).
Resta-nos a última incognita da equação. E o que fazer com ela. Podemos dizer, pela lógica até aqui desenvolvida que, "tudo o que faz andar será aquilo que lhe fará frear". Assim, nenhum outro sistema pode substituir um antigo sem que, antes, se tenha desenvolvido completamente o anterior. Então não se trata apenas de escolha, mas de processo histórico. De TIMING. A acumulação ainda não propiciou as bases de um novo sistema pelo fato de ainda existirem recantos a serem plenamente desenvolvidos e explorados no mundo pelo sistema capitalista. Como o Brasil, a China, Oriente Médio e próximo, Ásia como um todo e África (só para citar alguns) ainda não conseguem reproduzir o modelo de consumo das elites. Então ainda temos muito chão pela frente.
O que se pode fazer, contudo e no momento, é adquirir consciência política de que PRECISAMOS exercer pressão para que a distribuição da renda seja menos desigual. Que o "esperto" seja de fato pego e punido. Reparem: o "esperto" é sim um cara muito louvado pelo sistema. E ninguém discorda disso. Quem não gostaria de meter a mão no $$ público se tivesse a certeza da impunidade? Todo o dinheiro liberado pelo setor público, notem bem, não foi para restaurar, como antes, a vida dos mais afligidos pela calamidade ambiental. Está sendo utilizado, isto sim, para revigorar a capacidade econômica das regiões atingidas. Não é para reconstruir vidas, mas COISAS. É nesse conceito de mundo coisificado que devemos mexer alterando, assim, as bases lógicas do sistema.
Portanto, Prof. Ivan, sejamos todos ANTES selvagens capitalistas sociais-democratas para podermos ser, no futuro, marxistas humanistas e humanitários como requer todas as letras da palavra.
Abs
Ely.